segunda-feira, 14 de junho de 2010

A leoa

Ontem andando pelo shoping, meu sogro empurrava o carrinho com o Henrique e de repente surge uma menininha que devia ter lá seus três aninhos, com uma garrafinha de água vazia (dessas de 300 ml) na mão. Pára em frente ao carrinho e fica olhando o Henrique... De repente vejo a mãozinha dela levantando a garrafinha, e os olhinhos mirando a cabeça dele...
Tenho quase certeza que ela ia lhe dar uma garrafada, mas não quis pagar pra ver... Coloquei a mão na frente dele e na mesma hora ela levantou os olhinhos na minha direção e deu um sorrisinho como quem diz: Me pegou no flagra!
Meu sogro falou pra mim como achava incrível esse instinto de proteção que as mães têm; e fiquei pensando sobre o vínculo que criamos com nossos filhos...

Como na vez em que eu ainda grávida não senti o Henrique chutar minha barriga o dia todo e fui parar no Hospital São Luiz às 11h da noite, chorando pro médico porque “Doutor meu filho não mexeu o dia inteiro!!!”. E como chorei três vezes mais quando ouvi o coração dele batendo e tive a certeza de que estava tudo bem.

Tenho um amor imenso pela minha mãe. Uma das qualidades que mais admiro nela é o fato de se preocupar com as pessoas e querer sempre fazer de tudo pelo bem estar delas (acho que sou um pouco assim também).

Mas quantas vezes briguei com ela quando achava que ela queria saber demais, quando não compreendia o quanto era importante pra ela que eu levasse um casaco a mais caso fizesse frio, quando ela não me deixou ir em uma ou outra festinha porque achava perigoso, quando considerei que suas preocupações comigo (até hoje) eram exageradas.
Se eu não compreendia quando ela me dizia “Um dia você terá filhos”, acredite... quando fiz o Henrique chorar a primeira vez porque peguei ele de maneira desajeitada, entendi essa frase no seu sentido mais profundo.

E hoje, agradeço a Deus por ela e pela maneira como ela me criou e me cercou de cuidados e atenção (e por ainda hoje o fazer, mas agora incluindo o Henrique e o Jr. – meu marido). Quando olho pra trás e vejo quantos sacrifícios ela fez pra que nunca nos faltasse nada, quando lembro de quando acordava no dia de páscoa e ela tinha feito pegadinhas com talco que nos levava aos ovos de chocolate, quando ela chegava em casa cansada do trabalho e ainda ia arrumar a bagunça que tínhamos feito no quarto brincando de olimpíadas do Faustão e, de como, ela ainda hoje, faça chuva ou faça sol, vai até a 25 de março, liberdade ou qualquer outro lugar pra buscar alguma coisa que eu esteja sentindo vontade de comer ou de usar; sinto que é esse tipo de mãe que quero ser pro Henrique.

Não posso dizer que só tive boas experiências na minha infância, mas quando ouço uma música, sinto um cheiro ou faço qualquer coisa que me faz voltar no passado, me sinto feliz e vejo o quanto sou amada pela minha mãe. E é isso que eu desejo pro meu filho... Que no decorrer de toda a sua vida, ele sempre saiba e nunca duvide do quanto ele foi amado por mim desde que era do tamanho de um feijãozinho dentro do meu útero e de que esse amor nunca vai acabar.

Um pouco antes do parto...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você achou?