quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Casamento X Separação

Um homem e uma mulher se conhecem, se encantam, namoram, casam e têm filhos. O casamento durou anos ou apenas meses; o amor acabou e vem a Separação.

Quase que instantaneamente uma borracha apaga tudo de bom que viveram juntos, todos os momentos em família onde pai e mãe participaram da vida dos filhos.
Começa a batalha: em geral as mães que são detentoras da guarda dos filhos se transformam nas vítimas e o pai, no carrasco. Ele agora é simplesmente o que abandonou a esposa e os filhos (curiosamente mesmo nos casos em que quem pediu a separação foi a mãe).

E os filhos?

Os conflitos após a separação acontecem, ao meu modo de ver, porque ninguém se casa esperando a separação (mesmo numa época em que se fala tanto de casamentos descartáveis) e por mais equilibradas que as partes possam ser (falando de um mundo ideal), ninguém gosta de “se sentir” rejeitado ou deixado de lado.

Alienação Parental é um assunto antigo, mas muito falado na atualidade. É a rejeição dos filhos pelo genitor que não detêm a guarda, estimulada pelo genitor guardião.

No meu entender, todo filho de casal separado passa por isso em algum momento, seja em um grau quase imperceptível, seja na sua forma mais descarada e violenta.

Falo como filha de pais separados, como mulher casada com um homem separado, como madrasta de duas crianças, como mãe de um filho.

Ontem pesquisando sobre o assunto, encontrei um documentário chamado “A Morte Inventada”. Morte, porque negar aos filhos a presença do pai ou da mãe é uma forma de matá-lo em vida.

Me emocionei muito. Na verdade, chorei muito. Lembrei de passagens da infância, lembrei de situações atuais. Pais sofrendo, mães sofrendo, filhos sofrendo, familiares sofrendo.

Consegui enxergar o tema da separação sob uma nova perspectiva... Acho que todos deveriam assistir ao menos uma vez.

Um dos depoimentos que mais me emocionou foi o de uma moça, que deve ter uns 27 anos, dizendo que apesar de a mãe dela ser a sua referência, por ser extremamente amorosa, carinhosa e ter cuidado dela e dos irmãos a vida toda; ela também foi responsável por fazer com que eles odiassem o pai dela por muito tempo (ela ficou 11 anos sem ver o pai); e que o maior medo que ela tinha é de que se um dia ela se casasse e tivesse filhos e, posteriormente, viesse a se separar, que ela fizesse com o filho o mesmo que a mãe fez com ela – Hoje ela não tem mais contato com a mãe. Foi a maneira que encontrou de cortar o mal que ela lhe fazia.

Porque o ser humano, em determinadas situações, torna-se tão egoísta? Porque somos capazes de amar uma pessoa e de odiá-la com a mesma ou maior intensidade? Porque é mais fácil responsabilizar o outro pelos nossos erros e torná-lo único responsável pelo fim de uma relação?

Pra finalizar, repito aqui uma parte do post que escrevi no Dia dos Pais:
"Todos nós temos qualidades e nenhum de nós está livre de erros, mas é exatamente isso que faz com que a vida tenha graça e razão de ser. Pais e mães são cheios de defeitos, como todo ser humano, mas poder viver ao lado deles está acima de qualquer outra coisa. Sei por experiência própria e, desejo de todo o meu coração, que outras pessoas consigam descobrir isso um dia."

Espero que essa minha pequena contribuição possa fazer diferença na vida de alguém.

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